Saiba mais sobre Fluidoterapia. O que é? Quando fazer?

A fluidoterapia veterinária consiste em um procedimento em que é feita a administração de fluidos pelas vias oral, intravenosa e subcutânea. Envolvendo as etapas de reanimação, reidratação e manutenção do paciente.
O procedimento é muito utilizado para solucionar casos de desidratação nos pets.
Conhecer essa técnica é importante pois grande parte do corpo dos cães e gatos é composta por água. Então, quando há redução nesse volume, mesmo que de forma mínima, os animais podem apresentar sinais de desidratação.
Em situações de desidratação extrema, a tomada de decisão precisa ser rápida. Mas, de forma alguma, os tutores devem tentar resolver por conta própria. Então, é importante que o procedimento seja realizado por um médico veterinário, profissional apto para avaliar e indicar a melhor forma de ser realizada.
Quais os sinais de desidratação nos pets?
Antes de optar pela fluidoterapia veterinária é preciso investigar a causa primária que causou a desidratação. Assim, será possível escolher a técnica e a via pela qual será administrada.
Existem algumas maneiras simples de saber se o cão está desidratado. Uma delas é avaliando a pele do dorso. Quando a região é puxada, deve voltar rapidamente para a sua condição inicial. Se ocorrer o contrário, é um indicativo de que algo não vai bem.
Outra forma de realizar a verificação é apertando a gengiva do animal para que o sangue circule naquela área. Após deixar de pressionar a região, em animais saudáveis ela volta a ficar vermelha nos primeiros dois segundos iniciais. Caso não ocorra, também é um indicativo de desidratação no pet. Aliás, quanto mais tempo demorar para a gengiva ou a pele voltar ao seu estado normal, maior será o nível de desidratação do animal.
Existem outros sinais que indicam a desidratação em cães. Quando o pet apresenta grau de desidratação maior de 5% é possível notar:
- Respiração ofegante;
- Perda de apetite;
- Apatia;
- Gengivas e língua secas;
- Olhos secos ou saltados;
É importante frisar que a administração de líquidos em excesso não reverte o caso de desidratação. A entrada de muitos fluidos no corpo do pet de maneira errada pode até agravar o quadro clínico.
Cuidados preventivos:
A perda de liquido pode acontecer pela respiração, suor, aumento da temperatura corporal, hiperventilação, atividade física, entre outros fatores
Então, existem alguns cuidados importantes para prevenir que os pets passem por estas situações. A principal delas é manter o animal afastado do sol quente e de alimentos estragados. Estes fatores podem causar complicações alimentares levando o animal a ter vômitos e diarreias. A higienização do local onde os animais ficam, também é muito importante para evitar contaminação por vermes, bactérias e parasitas.
Líquidos utilizados na fluidoterapia:
Os líquidos empregados na fluidoterapia são classificados de acordo com o tamanho molecular e permeabilidade capilar, osmolaridade ou tonicidade, e função pretendida. De acordo com o tamanho molecular e permeabilidade capilar as soluções podem ser classificadas em colóides ou cristalóides. As cristalóides são as mais empregadas na fluidoterapia, consistem em uma solução à base de água com moléculas pequenas capazes de entrar em todos os compartimentos corpóreos. Já as soluções colóides são substâncias de alto peso molecular, com permeabilidade restrita ao plasma. Os colóides atuam principalmente no compartimento intravascular.
Tipos de fluídos que podem ser administrados:
Ringer com lactato de sódio: é uma solução isotônica, cristalóide, com composição semelhante ao LEC, pH 6,5, utilizada para reposição.
Ringer simples: tem características semelhantes ao ringer lactato, porém não contém lactato, também é utilizada para reposição. Contém mais cloreto e mais cálcio que outras soluções, tornando-a levemente acidificantes (pH 5,5).
Solução NaCl a 0,9% (soro): é uma solução cristalóide, isotônica, utilizada para reposição, não é uma solução balanceada, pois contém apenas sódio, cloro e água. É acidificadora, sendo indicada para pacientes com alcalose, hipoadrenocorticismo (por aumentar reposição de sódio), insuficiência renal oligúrica ou anúrica (pois evita retenção de potássio) e hipercalcemia (pois não contém cálcio).
Solução de glicose a 5% em NaCl a 0,9% também é chamada de solução glicofisiológica, solução cristalóide utilizada para reposição.
Via intravenosa é a mais comum via de administração de fluídos.
Velocidade de administração:
Assim que estabelecido o volume a ser administrado, deve-se calcular a velocidade ideal de administração. Os vários tipos de sistemas ou aparatos de administração de fluido e de dispositivos de conexão propiciam uma considerável flexibilidade na administração intravenosa de fluído. Vários conectores de saídas múltiplas permitem a infusão simultânea de soluções compatíveis por meio de um único cateter. Todos os sistemas de administração apresentam uma câmara de gotejamento no equipo que permite estimar a taxa de fluxo. Dependendo da marca, o tamanho das gotas é calibrado de modo que 1 mL = 10, 15, 20 ou 60 gotas. Equipos são calibrados para 10 a 20 gotas por mL.
A taxa de fluxo é controlada pela compressão ou liberação da braçadeira reguladora do equipo intravenoso, ao mesmo tempo em que se observa e conta o número de gotas. A taxa de administração de fluído também pode ser controlada pelos reguladores de fluxo de equipo ou, mais corretamente, pela bomba eletrônica de fluídos ou por controladores de taxa de infusão. Essas bombas envolvem um mecanismo de peristalse contínuo que libera fluído continuamente, em uma taxa constante. As bombas mais modernas podem ser configuradas de acordo com a necessidade do paciente, podem também ser reguladas para emitir um alarme de oclusão, em função dos valores pré-estabelecidos.
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Fontes: www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/fluidoterapia_peq_anim.pdf
http://www.revistaveterinaria.com.br/fluidoterapia-veterinaria-em-casos-de-desidratacao-canina/
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